A edição 2024 do Guinness, o livro dos recordes, traz a pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) que descobriu as dimensões do lago Paratethys, o maior de todos os tempos, que foi extinto por modificações geológicas na pré-história, e se transformou nos atuais mares Cáspio, Negro e de Aral.
Para chegar às conclusões, os pesquisadores do Instituto Oceanográfico da USP utilizaram a técnica de magneto-estratigrafia, que consegue calcular o tempo passado, observando o campo magnético da Terra nas rochas.
Também foram feitas reconstruções digitalizadas da geografia do período Paleolítico, para determinar o tamanho e o volume do Paratethys. Segundo o pesquisador Dan Valentin Pálcu, a descoberta foi importante porque, durante muito tempo acreditou-se que ali existia um mar pré-histórico, conhecido como Mar Sármata. E agora se sabe que durante cerca de 5 milhões de anos este mar tornou-se um lago, isolado do oceano e cheio de animais nunca vistos em outros lugares ao redor do globo.
Com as mudanças geológicas, o megalago perdeu mais de dois terços da sua superfície e um terço do seu volume. Isso teve um impacto devastador na fauna, e muitas espécies foram extintas.
O estudo do Lago Paratethys teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo; e teve a participação da universidade romena de Bucareste; a holandesa de Utrecht; a Academia Russa de Ciências, e o Centro Senckenberg, da Alemanha.